segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

Faz hoje 50 anos que a voz deste Ser notável silenciou

As trevas são a rejeição de Deus



Para entender esta visão “tenebrosa” do mundo devemos vê-la como, por sua própria escolha, privada da luz de Cristo e oposta à vontade do Pai. Mas a matéria como tal não é “tenebrosa” e, por sua própria natureza, “não se opõe a Deus”. A treva do mundo não se acha na sua materialidade, mas no pecado de vontades egoístas que rejeitaram o amor de Deus.

Thomas Merton


quarta-feira, 24 de outubro de 2018

Viver em Cristo



“Viver ‘em Cristo’ é viver em um mistério igual ao da Encarnação e semelhante a Ele.
Pois assim como Cristo tem em sua pessoa as duas naturezas, divina e humana, ao nos fazer seus amigos, Ele habita em nós, unindo-nos intimamente a si. Habitando em nós, Cristo se torna, por assim dizer, nosso eu superior pois uniu e identificou a si o nosso eu mais íntimo.
A partir do momento em que, pela fé e pela caridade, correspondemos ao seu amor por nós, uma união sobrenatural de nossas almas com a Pessoa divina de Cristo, que habita em nós, nos faz partícipes de sua Divina filiação e natureza. Um novo ser começa a existir. Torno-me um ‘novo homem’ e esse novo homem, espiritual e misticamente uma só identidade, é, ao mesmo tempo, Cristo e eu.
O Novo Testamento e a doutrina da igreja explicam à inteligência de quem crê que essa união espiritual do meu ser com Cristo em um ‘novo homem’ é obra do Espírito Santo, o Espírito de amor, Espírito de Cristo.”

Thomas Merton


terça-feira, 9 de outubro de 2018

A rejeição de Cristo


A rejeição de Cristo. Os seus não o receberam.

A coisa mais terrível a respeito da rejeição de Jesus foi ter sido rejeitado pelos santos, e rejeitado porque era Deus!

Os Fariseus rejeitaram Deus porque Ele não era Fariseu.

Os Fariseus nada quiseram ter com Deus porque Deus mostrou que não era feito à própria imagem deles! ‘Eu vim em nome do meu Pai e vós não me recebeis; se vier outro em seu próprio nome, haveis de recebe-lo’. (Jo 5,43).

O que está implícito na expressão ‘em nome de meu Pai’? Jesus quando veio a nós nada tinha de Seu. Não apenas não tinha lugar onde descansar a cabeça, não somente estava pobre na terra, mas explica que o fato de Sua origem divina significa que Ele nada tem de Seu. E todavia, Ele é tudo. (...) A prova de nossa amizade e admiração por Deus está na maneira como recebemos Aquele que não pode vir a nós em Seu próprio nome.

Aqueles que vivem por si, que vivem ‘por seu próprio nome’, não podem acreditar em tal Deus porque Ele contraria tudo aquilo em que acreditam e por que vivem. Não se dirigirão e Ele para receberem vida porque Ele não recebe glória dos homens. Claritatem ab hominibus non accipio*.

Thomas Merton

terça-feira, 11 de setembro de 2018

A FONTE DE TODA A VERDADE




A FONTE DE TODA A VERDADE

“Ao escrever sua Regra para Monges, São Bento de Núrsia o fazia para homens cujo único fim na vida era Deus. Haverá, afinal, outro fim para alguém? Todos os homens buscam a Deus, ainda que não o saibam. São Paulo já o dissera aos habitantes de Atenas: ‘O Deus que fez o mundo e todas as coisas que há nele... fez toda a linhagem humana, para povoar toda a face da Terra. Fixou as estações e os confins dos povos, para que procurem a Deus e, mesmo às apalpadelas, o achem, pois Ele não está longe de nós, porquanto nele vivemos e nos movemos e existimos’ (At 17, 24-28). Mesmo aqueles que dizem não acreditar em Deus buscam-no pelo próprio fato de o negarem; pois não lhe negariam a existência se não acreditassem ser verdadeira a sua negação: Ora, Deus é a fonte de toda a verdade.”
“Ao escrever sua Regra para Monges, São Bento de Núrsia o fazia para homens cujo único fim na vida era Deus. Haverá, afinal, outro fim para alguém? Todos os homens buscam a Deus, ainda que não o saibam. São Paulo já o dissera aos habitantes de Atenas: ‘O Deus que fez o mundo e todas as coisas que há nele... fez toda a linhagem humana, para povoar toda a face da Terra. Fixou as estações e os confins dos povos, para que procurem a Deus e, mesmo às apalpadelas, o achem, pois Ele não está longe de nós, porquanto nele vivemos e nos movemos e existimos’ (At 17, 24-28). Mesmo aqueles que dizem não acreditar em Deus buscam-no pelo próprio fato de o negarem; pois não lhe negariam a existência se não acreditassem ser verdadeira a sua negação: Ora, Deus é a fonte de toda a verdade.”

Thomas Merton


quinta-feira, 2 de agosto de 2018

A verdadeira contemplação é…



A verdadeira contemplação é…inseparável da vida e do dinamismo da vida - que inclui trabalho, criação, produção, fecundidade e sobretudo amor. Não se deve pensar em contemplação como uma área separada da vida, isolada de todos os demais interesses do homem e sobrepujando-os. A contemplação é a própria plenitude de uma vida inteiramente integrada. E o coroamento da vida e de todas as actividades da vida.

Thomas Merton


terça-feira, 24 de julho de 2018

(Escrito há mais de 50 anos...) A criação que não respeita o Criador nem a si mesma não tem razão para a existência.


"Saberemos o que significa louvar, adorar, da glória?

Hoje em dia, 'louvar' não é coisa que custe por aí além. Tudo é louvado, desde o sabão à cerveja, da pasta de dentes às roupas, dos colutórios às estrelas de cinema e a todo tipo de aparelhagem que, assim se crê, há-de tornar-nos a vida mais cómoda. A tal ponto e com tal insistência sobem de tom os encómios, que não há quem se não sinta enfartado deles.
Uma vez que tudo é louvado (com tão falsos entusiasmos, como os dos locutores de rádio), forçoso é concluir que, ao fim e ao cabo, nada é louvado. O louvor converteu-se em algo vazio e desinteressante.

Sobrou algum superlativo para Deus? Não; todos foram gastos nos géneros alimentícios, nos falsos remédios. Não ficou nenhuma palavra para exprimir a nossa adoração ao único que é Santo, ao único que é Senhor."

Thomas Merton


quinta-feira, 5 de julho de 2018

Despertar Contemplativo


"Pelo simples fato de todos os homens buscarem instintivamente, de um modo ou de outro, o despertar de seu verdadeiro eu interior, todas as formas sociais válidas de religião procuram, de alguma maneira, propiciar uma situação tal em que cada membro do grupo de adoradores possa elevar-se acima do grupo e acima de si mesmo para encontrar a si e aos demais em um nível superior. Isso implica que todas as formas verdadeiramente sérias e espirituais de religião aspiram, ao menos implicitamente, a um despertar contemplativo do indivíduo e do grupo. Mas as formas de religião e adoração litúrgica que perderam o impulso inicial do fervor tendem a esquecer cada vez mais seu propósito contemplativo, passando a dar importância exclusiva aos ritos e às formas cerimoniais por si mesmos ou pelo efeito que se espera que causem no Ser adorado."

Thomas Merton

terça-feira, 19 de junho de 2018


A Oração do Coração



"…introduz-nos  no profundo silêncio interior, de maneira que aprendemos a experimentar seu poder. Por esse motivo, a oração do coração deve ser sempre muito simples, limitando-se aos actos mais simples e frequentemente não empregando nem palavras nem pensamentos"

Thomas Merton


quarta-feira, 18 de abril de 2018

Crescer no Conhecimento É crescer no Amor


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Crescer no Conhecimento e no Amor

Se amamos o Santíssimo Sacramento e se nos comprazemos em passar o nosso tempo na adoração desse formidável mistério de amor, não podemos deixar de procurar aprofundar cada vez mais a caridade de Cristo. Não podemos tampouco deixar de chegar a um conhecimento íntimo e pessoal de Jesus oculto sob os véus sacramentais. Entretanto, à medida que crescemos no conhecimento e no amor dele, necessariamente aumentará o nosso conhecimento do amor que Ele tem por nós.
Chegamos a compreender cada vez melhor com que seriedade Jesus quer que tomemos o seu 'mandamento novo' de nos amarmos uns aos outros como Ele nos amou."

Thomas Merton

terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

Esvaziando a vontade




"É verdade termos de tratar com Deus, a maior parte do tempo, como se fora Ele um 'objeto', isto é, considerando-O por conceitos que O apresentam a nós objectivamente. No entanto, como todos sabem, só conseguimos conhecer realmente a Deus quando O encontramos, 'pelo amor', escondido 'em nós', isto é, 'por conaturalidade'. Todavia, paradoxalmente, não podemos achar a Deus 'dentro de nós mesmos' se não 'saímos de nós mesmos' pelo sacrifício. Só um amor sacrifical que nos torne capazes de nos largarmos a nós mesmos inteiramente, esvaziando-nos de nossa própria vontade, pode habilitar-nos a encontrar o Cristo no lugar ocupado anteriormente pelo nosso próprio 'eu'."

Thomas Merton

Filme de 11 segundos em 1967 de Thomas Merton na Abadia de Gethsemani


terça-feira, 16 de janeiro de 2018

As sementes aladas

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As sementes aladas


Cada momento e cada acontecimento na vida de cada homem na terra planta algo em sua alma. Pois, assim como o vento leva milhares de sementes aladas, assim também cada instante traz consigo germes de vitalidade espiritual que vão pousar imperceptivelmente no espírito e na vontade dos homens.

Thomas Merton

Que assim seja!...


terça-feira, 9 de janeiro de 2018

Tão secreto quanto Deus

Tão secreto quanto Deus

"O eu interior é tão secreto quanto Deus e, como Ele, escapa a todo conceito que pretenda captá-lo completa e totalmente; é uma vida que não pode ser tomada e estudada como um objecto, porque não é 'uma coisa'. Não se pode alcançá-lo, nem persuadi-lo a se manifestar por nenhum processo natural, mesmo a meditação. Tudo que podemos fazer, por meio de qualquer disciplina espiritual, é produzir em nós mesmos algo de silêncio, de humildade, de desapego, de pureza de coração e impassibilidade, que são elementos necessários para que o eu interior nos dê uma tímida e imprevisível manifestação de sua presença." 

Thomas Merton