segunda-feira, 9 de dezembro de 2013


Quando se destrói o amor destruímo-nos a nós mesmos

Em certo sentido, esta situação terrível é o padrão e protótipo de todo o pecado: a vontade deliberada e formal de rejeitar o amor desinteressado por nós pela razão puramente arbitrária de simplesmente não o querermos. Queremos separar-nos desse amor. Nós o rejeitamos total e absolutamente e não queremos reconhecê-lo, simplesmente por que não nos agrada ser amados. Talvez o motivo mais profundo é que o facto de sermos amados desinteressadamente nos lembre de que todos precisamos do amor dos outros para levar avante nossa vida. Recusamos o amor e rejeitamos o convívio, à medida que isto parece à nossa perversa imaginação, implicar uma forma obscura de humilhação, dado que  é nosso ego, nossa personalidade, portadora da consciência da separação, ela é que rejeita, tantas vezes, esse amor desinteressado, em razão de colocar em xeque a sua prepotência. Na verdade, penso, o amor dos outros e o amor aos outros é sempre o amor do mesmo pelo mesmo, pois só no nível da aparência é que somos múltiplos. Somos, de fato, UM, mas nosso ego nos engana. O UM que somos é AMOR, raiz de toda vida, de toda forma, de tudo aquilo que existe.


The Seven Story  Mountain, de Thomas Merton

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