quarta-feira, 30 de março de 2016


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28 de março de 1948. Domingo de Páscoa.


Todas as macieiras floriram na Sexta-feira Santa. Esfriou e choveu, mas hoje está muito claro, com o céu bem limpo. O salgueiro está todo verde. Tudo está em botão.

E, no meu coração, a paz mais profunda, a claridade de Cristo, lúcida e serena e sempre presente como a eternidade. Nessas grandes festas somos levados ao topo de um platô na vida espiritual para termos uma nova visão de tudo. Principalmente na Páscoa. A Páscoa é como o que há de ser, quando, entrando na eternidade, brusca, tranquila e claramente você reconhece seus erros, todos eles, bem como tudo o que fez bem: cada coisa se encaixa em seu lugar."

Thomas Merton


quarta-feira, 16 de março de 2016

Caridade em Cristo


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"A essência propriamente dita do cristianismo é a caridade, a unidade em Cristo. (...) Buscar uma união com Deus que implicasse uma separação completa, em espírito e corpo, do resto da humanidade seria, para um santo cristão, não apenas absurdo, mas também o oposto da santidade.
O isolamento no eu, a inabilidade de sair de si para ir ao outro, significaria a incapacidade para qualquer forma de auto transcendência. Portanto, ser prisioneiro de si mesmo é, na verdade, estar no inferno... Na verdade, o amor é a vida espiritual, sem o qual todos os outros exercícios do espírito, embora elevados, ficam esvaziados de conteúdo e tornam-se meras ilusões. E quanto maior a elevação, mais perigosa a ilusão.
O amor, com certeza, significa muito mais do que um simples sentimento, muito mais que favores ínfimos ou doadores de esmolas rotineiros. Amor significa uma identificação interior e espiritual com o irmão para que ele não se torne um 'objecto' ao 'qual' se 'faz um bem'". 


Thomas Merton


quarta-feira, 9 de março de 2016

Quando a nuvem é mais densa




"O eclipse dos sentidos, eis uma nuvem em que a alma se acostuma a andar às cegas, sem parar nas aparências das coisas mutáveis ou no conteúdo emocional da experiência em seus juízos sobre a verdade e o erro, o bem e o mal. Antes de poder ver o Deus vivo, o espírito deve ser cego até às mais altas percepções e juízos da sua inteligência natural. 
Deve entrar na pura obscuridade, mas esta é pura Luz, é a infinita Luz de Deus mesmo, obscura às mentes finitas."



Thomas Merton