"A
essência propriamente dita do cristianismo é a caridade, a unidade em Cristo.
(...) Buscar uma união com Deus que implicasse uma separação completa, em
espírito e corpo, do resto da humanidade seria, para um santo cristão, não
apenas absurdo, mas também o oposto da santidade.
O
isolamento no eu, a inabilidade de sair de si para ir ao outro, significaria a
incapacidade para qualquer forma de auto transcendência. Portanto, ser
prisioneiro de si mesmo é, na verdade, estar no inferno... Na verdade, o amor é
a vida espiritual, sem o qual todos os outros exercícios do espírito, embora
elevados, ficam esvaziados de conteúdo e tornam-se meras ilusões. E quanto
maior a elevação, mais perigosa a ilusão.
O
amor, com certeza, significa muito mais do que um simples sentimento, muito
mais que favores ínfimos ou doadores de esmolas rotineiros. Amor significa uma
identificação interior e espiritual com o irmão para que ele não se torne um 'objecto'
ao 'qual' se 'faz um bem'".
Thomas
Merton
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